Presidente da Aprosoja-MT mostra sustentabilidade do agro no programa Pânico
Lucas Costa Beber participou do programa ao vivo e destacou as boas práticas da agricultura mato-grossense
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, levou mais informações sobre as boas práticas e desafios da agricultura mato-grossense para a sociedade urbana, nesta quinta-feira (11.04), no programa Pânico, na Jovem Pan. Mais de 50 mil pessoas acompanharam Lucas ao vivo.
Lucas destacou que um dos grandes desafios do setor é a logística. Longe dos grandes centros e dos portos, a produção mato-grossense precisa ser transportada por longas distâncias por rodovias até as linhas férreas ou estações de transbordo de cargas (ETCs), onde o grão é passado para barcaças ou navios.
“Mato Grosso é o estado com maior produção de soja e milho
do Brasil e hoje tem apenas 366 km de malha ferroviária. Quando a gente compara
com a Alemanha e França, juntas, que têm o mesmo território que MT, tem mais de
75 mil km de malha ferroviária. E tem a emissão de carbono, que na malha
ferroviária chega a ser até 5 vezes menor”, destacou Lucas.
O presidente também lembrou que o Brasil usa apenas 8% do
seu território para a agricultura, enquanto os Estados Unidos utilizam 18% do
seu território para a mesma atividade. Ainda de acordo com Lucas Costa Beber, o
Brasil é o único país que preserva áreas que são agricultáveis, enquanto os
demais concorrentes só preservam áreas que não seriam mecanizáveis.
O presidente da Aprosoja-MT
também pontuou que a agricultura mato-grossense utiliza a técnica mais
sustentável do mundo, que é o plantio direto sobre a palhada, quando não há o
revolvimento do solo e a terra é coberta por resíduos de plantas. Em outros países
do hemisfério Norte, essa técnica ainda é pouco utilizada, mas no Brasil é
amplamente aplicada pelos agricultores.
“Aquela palha ajuda a incorporar carbono, ou seja, a cultura
sequestra o carbono da atmosfera e injeta no solo, está ajudando a despoluir o
meio ambiente”, observa. Além disso, o plantio direto na palha reduz o uso de
combustíveis, já que a terra não é arada, reduz o custo de produção e aumenta o
teor de matéria orgânica no solo.
Lucas também destacou os diversos usos, mesmo que
despercebidos, da soja no dia a dia da população. O produto mais conhecido é o
óleo de soja, mas depois de se extrair o óleo ainda sobra o resíduo, que tem
50% de proteína e é um dos principais ingredientes para produção de ração
animal. A soja é utilizada até mesmo na produção de pneus, lembra o presidente.
“Hoje já tem pneu sendo feito com óleo de soja, que dá mais durabilidade. Se você pegar a maioria dos alimentos industrializados, vai estar lá a lecitina de soja, que é um componente que mistura, homogeniza elementos que às vezes não se misturam. A soja é alimentação para peixes, suínos, gado confinado”, enfatiza o presidente.
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