87% dos produtores de MT não conseguem cobrir o custo total da soja, aponta pesquisa
Levantamento alcançou área de 2,5 milhões de hectares e cerca de 1,2 mil sojicultores de Mato Grosso. Pesquisa do Imea foi realizada em parceria com a Aprosoja-MT
87% dos produtores de MT não conseguem cobrir o custo total da soja, aponta pesquisa
Levantamento alcançou área de 2,5 milhões de hectares e cerca de 1,2 mil sojicultores de Mato Grosso. Pesquisa do Imea foi realizada em parceria com a Aprosoja-MT
Pesquisa divulgada na tarde desta sexta-feira (5) pelo
Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que poucos
produtores de soja de MT vão conseguir cobrir o custo total da lavoura. O
levantamento foi realizado com 1.187 produtores, que são responsáveis por
cultivar cerca de 2,5 milhões de hectares, ou 21% de toda área plantada no
estado.
A pesquisa foi realizada em parceria com a Associação dos
Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e divulgada durante
reunião com os associados, na sede da entidade, em Cuiabá. Dos produtores que
responderam a pesquisa, 80% já concluíram a colheita da oleaginosa. A pesquisa
alcançou 99 dos 141 municípios do Estado.
Segundo a pesquisa, 153 produtores, ou 12,8% dos
respondentes, tiveram produtividades acima do custo total, que ficou acima de
65 sacas. Por outro lado, 1.034 agricultores terão produtividades inferiores
aos custos, ou 87,2%. Já a produtividade média das áreas levantadas é de 51,82
sc/ha, 20,25% menor que na temporada anterior, quando foi registrada 64,97
sc/ha.
A região mais penalizada pelas ondas de calor e a estiagem é
a Oeste, que teve produtividade de 47,83 sc/ha, seguida pela Sul, com 51,75
sc/ha; Leste, com 52,70 sc/ha. Já a região Norte teve a maior produtividade,
estimada em 53,49 sc/ha.
Ademais, dos produtores que responderam ao levantamento, 9%
revelaram ocorrência de tombamento das plantas e 16,5% registraram abandono de
área, em razão da baixa produtividade.
SAFRA DE MILHO
O Imea também perguntou aos agricultores sobre as
expectativas para a segunda safra de milho. A região que mais reduziu área para
o cereal é a Leste, que diminuiu 26,2%; seguida da Oeste, com redução de
15,33%; Sul, com 12,97% e a Norte, com 7,28%. Já a redução média estadual deve
ser de 8,44%, estimada em 6,94 milhões de hectares.
O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, destaca a
importância da participação dos produtores no levantamento e ressalta que na
segunda quinzena deste mês, os pesquisadores do Imea estarão à campo fazendo
levantamento da safra de milho.
“É importante que o produtor participe dos levantamentos
futuros do Imea, pois quanto mais produtores responderem, mais a pesquisa
consegue refletir a realidade do campo e a gente transmitir esses dados para a
sociedade e para os mercados. Então, a gente pede que o produtor nos ajude
nessa missão”, pontua o presidente.
PEDIDO DE SOCORRO
Nesta semana, a Aprosoja-MT voltou a cobrar mais medidas do
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para ajudar os produtores de Mato
Grosso.
Em comunicado divulgado nesta quinta (4), a entidade
destacou que a medida anunciada pelo governo federal, de renegociar as parcelas
de financiamentos que vencem em 2024, apesar de importante, não é suficiente
para conter a crise. A entidade pede que o Mapa dialogue com as empresas
exportadoras sobre as cláusulas washouts.
A ‘cláusula washout’ se trata de obrigações entre as partes
em caso de não cumprimento do contrato. Em um cenário onde o produtor não
consiga entregar o produto, ele poderia ser obrigado a comprar o grão no
mercado de acordo com a cotação do dia e entrega-lo para a empresa compradora,
além do pagamento de multa.
“Não houve nenhuma sinalização do Mapa sobre conversar com
as empresas exportadoras sobre as cláusulas washouts. Muitos produtores podem
não ter produto para entregar, então essa é uma das nossas grandes preocupações
nesse momento”, enfatizou o presidente Lucas Costa Beber.
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