No mundo
Há pelo menos 7.300 anos o milho participa da história alimentar mundial. Os primeiros registros de seu cultivo foram feitos em ilhas próximas ao litoral mexicano, mas rapidamente a cultura se espalhou por todo o país.
Uma vez difundido no México, o grão se firmou como produto em países da América Central com clima propício para seu cultivo, como o Panamá, e também pela América do Sul, segundo as informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Na América do Sul, mais precisamente no sul Peru, grânulos de milho foram encontrados há 4 mil anos, revelando que há cerca de 40 séculos, pelo menos, já se cultivava o alimento por essa região do continente.
No entanto, com o período de colonização do continente americano e as chamadas grandes navegações que ocorreram durante o século XVI, o milho se expandiu para outras partes do mundo, se tornando um dos primeiros itens na cultural mundial.
Com a chegada de Colombo ao continente americano, o milho embarcou em direção a Europa e se consolidou como fonte alimentar das populações mais humildes. Por esse motivo e também por ser utilizado como ração animal, o cereal, no entanto, era discriminado pela elite europeia.
No Brasil
No país o milho já era cultivado pelos índios antes mesmo da chegada dos portugueses, já que eles utilizavam o grão como um dos principais itens de sua dieta.
Mas foi com a chegada dos colonizadores, cerca de 500 anos atrás, que o consumo do cereal no país aumentou consideravelmente e passou a integrar o hábito alimentar da população.
De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco, no período Brasil-Colônia, os escravos africanos tinham no milho, além da mandioca, como um de seus principais alimentos.
Em Mato Grosso
O cultivo do milho, em escala comercial em Mato Grosso, pode ser considerado atividade recente. O início da exploração agrícola, na década de 70 trouxe para o Mato Grosso agricultores e pecuaristas de diversas regiões do país, especialmente do Sul.
O cultivo da soja foi o objetivo principal do agricultor quando de sua vinda para o Mato Grosso, porém, por necessidades e busca de novas alternativas, inúmeras espécies agrícolas foram avaliadas, dentre elas o milho.
Devido a sua grande utilização e importância na alimentação animal e humana, seu cultivo sempre foi realizado, porém, em pequena escala. Com o surgimento de agroindústrias no Sul do Estado mato-grossense, na década de 80 e 90 gerou-se uma demanda de milho, incentivando sua produção.
De acordo com o pesquisador agrônomo Clayton Bortolini, as produtividades do milho observadas inicialmente foram baixas, devido à falta de pesquisas regionais que tivessem tecnologias adaptadas para essa cultura, já que as condições de ambiente para o cultivo do milho eram diferentes daquelas observadas na Região Sul do Brasil, de onde o agricultor conhecia os métodos de produção.
O principal sistema de produção de milho no Mato Grosso é o chamado de cultivo safrinha, com implantação logo após a colheita da soja, realizada em janeiro e fevereiro. O desenvolvimento de tecnologias de produção agrícola juntamente com as condições de ambiente favoráveis possibilita a realização de dois ciclos produtivos, que com certa estabilidade produtiva tem ocorrido crescimento de área cultivada.
A produtividade do milho é influenciada principalmente pela disponibilidade hídrica de cada ano agrícola, já que a finalização de seu ciclo produtivo ocorre sem a presença de chuva. Em alguns anos, o fim do período de chuvas pode ocorrer de março e abril, e desse modo, tem-se grandes perdas de produtividade.
A frequência dessa deficiência hídrica, de acordo com a média histórica é ao redor de 20% a 25%. Semeaduras de milho após 25 de fevereiro têm maior risco de perda por deficiência hídrica, especialmente em certas regiões do Estado e em solos deficientes de estruturação, fertilidade e com sistema de plantio direto deficiente em termos de produção de cobertura vegetal.
Atualmente, Mato Grosso é o maior produtor do cereal no país, com uma produção de 21 milhões de toneladas por safra sendo que em 2023, o cultivo deve atingir 5,7 milhões de hectares. A alta produção tem um entrave: os baixos preços pagos pelo cereal.
Em seguida, o Paraná (18,4%) e Rio Grande do Sul (16,2%), que, somados, representaram 57,9% do total nacional, se apresentam como maiores produtores nacionais.