Presidente da Aprosoja-MT defende o agro brasileiro em evento na Alemanha
Lucas Costa Beber apresentou dados da sustentabilidade da agricultura brasileira e os desafios do setor
O presidente da
Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas
Costa Beber, defendeu o agro brasileiro no evento “Diálogo Internacional dos
Produtores de Oleaginosas” (IOPD, sigla em inglês), realizado em Wismar, na
Alemanha. Lucas Costa Beber discursou para os demais representantes de
produtores nesta terça-feira (18.06).
Lucas apresentou os
dados da produção de soja do Brasil e de Mato Grosso, além das informações
sobre a sustentabilidade. O Brasil usa 7,8% do seu território para a
agricultura e é o maior produtor mundial de soja. Além disso, o país preserva
66% da sua vegetação nativa, sendo que 25% das áreas preservadas estão dentro
das propriedades rurais.
Já em MT, a
agricultura utiliza menos de 14% de território e 60,6% estão preservados.
Ademais, das áreas preservadas, 40% estão dentro das propriedades rurais,
evidenciando o quanto os produtores produzem e preservam, e ao mesmo tempo,
respeitam o Código Florestal brasileiro. Lucas também apresentou os programas
Soja Legal e Guardião das Águas, da Aprosoja-MT.
Ele também
demonstrou a insatisfação dos produtores brasileiros com as projeções de
produção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em
inglês), que faz projeções “extremamente otimistas”, influenciando nas cotações
das commodities e prejudicando a renda dos produtores.
“Temos que lutar
para que essas empresas que fazem as projeções, comecem com dados mais
conservadores, pois tem prejudicado não só os produtores brasileiros, mas os
produtores do mundo inteiro. Nós percorremos 13 estados americanos ano passado,
visitando fazendas, e era esse o mesmo entendimento por grande parte dos
produtores americanos”, disse.
Para Lucas, a
divergência de dados é um dos grandes desafios do agro brasileiro, além da alta
taxa de juros, principalmente para construção de armazéns. Outro desafio é a
Moratória da Soja, que restringe a comercialização da soja produzida no bioma
amazônico em áreas convertidas legalmente após 2008 e também dificulta o acesso
ao crédito.
Ainda de acordo com
Lucas, a defesa intransigente da “agenda verde” tem possibilitado que empresas
chinesas avancem sobre as companhias que atuam no Brasil e que são detentoras
de germoplasma, químicos e defensivos. Além disso, as chinesas tem buscado flexibilizar
a aquisição de terras por estrangeiros no Brasil.
“Futuramente, a
demanda mundial por alimentos vai aumentar e quando baterem na porta do Brasil
e de outros países da América Latina, para negociar, para comprar alimento, não
negociarão mais com produtores latino-americanos, mas sim estarão negociando com
os chineses. Nós precisamos combater os exageros dessa agenda verde, que na
verdade, não passa de uma barreira comercial”, concluiu Lucas.
Também participaram do evento o diretor-administrativo da Aprosoja-MT, Diego Bertuol; o diretor-financeiro, Nathan Belusso; o 2º diretor-administrativo, Jorge Diego Giacomelli; o diretor-executivo, Wellington Andrade e a consultora Alinne Christoffoli.
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