Impactos da Moratória da Soja são debatidos em evento da Aprosoja-MT e TCE
Acordo comercial restringe comercialização da soja produzida em áreas convertidas legalmente após 2008 e penaliza municípios menos desenvolvidos
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso
(Aprosoja-MT) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) promovem, na próxima
terça-feira (28), um seminário para discutir os impactos da Moratória da Soja
na economia dos municípios mato-grossenses. O evento será realizado no Hotel
Gran Odara, em Cuiabá, às 14 horas.
O encontro deve reunir vereadores e prefeitos de todas as
regiões de Mato Grosso, além de representantes dos do Poder Judiciário,
Assembleia Legislativa e Governo do Estado, bem como do setor produtivo. O
seminário atende um pedido de cerca de 130 câmaras de vereadores de MT, que
pedem apoio ao TCE em medidas contra acordo comercial.
A Moratória da Soja é um acordo comercial que restringe a
comercialização da oleaginosa produzida em áreas convertidas legalmente após
2008 no bioma amazônico, mesmo o produtor respeitando o limite de converter
apenas 20% nesse bioma. As empresas signatárias do acordo são responsáveis por
comercializar cerca de 95% de toda a soja produzida em MT.
Para o vice-presidente da Aprosoja-MT, Luiz Bier, a
moratória é um acordo perverso, que atinge diretamente os municípios menos
desenvolvidos, criando um “abismo social”. Isso porque as regiões que converteram
suas áreas a mais tempo conseguiram se desenvolver, enquanto outros são
desencorajadas a cultivarem a soja, que é a principal cultura agrícola do país.
“A solução para essa questão é cumprir o código
florestal, que é a legislação mais restritiva e moderna do mundo. A gente não
quer, de maneira alguma, promover ilegalidades, o que queremos é que seja
respeitado o direito do produtor de abrir 20%, que seja respeitado o direito
das pequenas cidades de MT prosperarem”, destaca Luiz Bier.
Já o conselheiro-presidente do TCE, Sérgio Ricardo, pontua
que cerca de 130 câmaras de vereadores de MT pediram que o TCE encabece essa
discussão sobre os impactos negativos do acordo na vida desses municípios.
“É preciso debater com profundidade a moratória, seus efeitos e a complexidade dos seus impactos para que se possa mitigá-los. É fato que há observância ao direito de compra e ao livre mercado, mas as consequências de protocolos e obrigações específicas em compras pode afetar sobremaneira o desenvolvimento regional e a economia”, pontua Sérgio Ricardo.
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