Soja Plus foca em módulo ambiental e aumento de participantes
Soja Plus foca em módulo ambiental e aumento de participantes
Entre 2015 e 2017, a soja mato-grossense foi reconhecida pela China e pela União Europeia como sustentável. O principal fator para esse reconhecimento, feito por meio de memorandos de entendimento, foi o programa Soja Plus, que tem por finalidade a melhoria contínua das condições sociais, de trabalho e ambiental nas fazendas produtoras de soja.
Para avançar ainda mais, na terça-feira (21), em Cuiabá, ocorreu o III Workshop Técnico do Soja Plus Nacional, momento em que os estados que possuem o Soja Plus, parceiros e tradings trocam experiências da gestão do programa no ano anterior e também definem novas metas. Em 2017, ficou definido que o módulo ambiental, com ênfase no Código Florestal, será o foco.
“O Soja Plus completa sete anos em 2017 e estamos em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais. A nossa meta para este ano é fortalecer o módulo ambiental, com ênfase no cumprimento do Código Florestal e no Programa de Regularização da Ambiental (PRA) das áreas. Inclusive, o memorando que assinamos com a União Europeia visa também trabalhar com a recuperação de áreas de preservação permanente, a exemplo das matas ciliares. Com isso conseguimos contribuir com o pagamento dos serviços ambientais e o famoso conceito de “produtor de águas”, que é muito utilizado lá fora e no Brasil ainda é incipiente”, explica o gerente de Sustentabilidade da Abiove, Bernardo Pires.
Ainda, de acordo com gerente de Pesquisa e Gestão da Produção da Aprosoja, Cristiane Sassagima, ao longo dos últimos anos o Soja Plus teve como foco a Norma Regulamentadora 31 (NR31), que trata de segurança e saúde no trabalho na área rural.
“Nós trabalhamos por seis anos mais voltados para os temas qualidade de vida no trabalho, saúde e segurança do trabalhador rural. Atualmente, o módulo ambiental continua sendo discutido e há uma expectativa por parte do produtor por novidades nas atividades. Como na época de criação do Soja Plus estava em discussão a alteração do Novo Código Florestal, deixamos o assunto para ser trabalhado após aprovação, tendo assim mais certeza e segurança sobre as informações levadas ao produtor rural. Nesse ano, continuaremos com o trabalho na parte ambiental do programa, abordando alguns assuntos como: Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA) e Resíduos”, afirma a gestora.
Ampliação – Outra meta definida durante o III Workshop Técnico do Soja Plus foi a ampliação no número de produtores atendidos.
No caso de Mato Grosso, o objetivo é que cerca de 500 agricultores sejam alcançados neste ano. Parte dessa meta será possível devido a uma parceria firmada com a Amaggi. “O projeto vai ocorrer por um ano nos municípios de Vera, Feliz Natal e Nova Ubiratã, e pretendemos atingir aproximadamente 60 produtores, que serão capacitados e atendidos pelo Soja Plus. Além disso, já temos 24 cursos previstos com o Senar e a meta é alcançar acima de 400 novos produtores. Dessa forma, o montante para 2017 seria de cerca de 500 novos participantes”, diz Cristiane Sassagima.
Avançar também é meta da Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (FAEMG), da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), da Aprosoja de Mato Grosso do Sul, as entidades responsáveis pelo Soja Plus nos outros estados.
“Para 2017 nossa meta é 50 novas fazendas e mais 50 revisitas. Além disso, vamos ministrar cursos, palestras e seminários ao longo do ano para atender as demandas que forem surgindo. Desde 2015, quando efetivamente o programa foi a campo, até o momento temos 130 propriedades participantes”, afirma Samuel Leite Lopes, da Aiba.
Focada no Oeste da Bahia, que representa cerca de 95% dos produtores de soja do estado, a Aiba tem atualmente 1.400 associados.
No caso de Mato Grosso do Sul, são 42 municípios participantes do Soja Plus e 392 propriedades atendidas. “Atualmente, o estado está trabalhando com um projeto aprovado pelo Fundo da Soja e do Milho (Fundems), que é ligada à Secretaria de Produção e Agricultura Familiar do Governo do Estado, e tem o objetivo de ter 150 novas propriedades. Então, o esperado é que até o fim de 2017 cheguemos com 550 propriedades rurais atendidas pelo Soja Plus”, explica Raul Roa, analista da unidade técnica do sistema Famasul.
Em Minas Gerais, a atuação do programa é um pouco diferente. Ao invés de contar com visitas de supervisores e posteriores adequações das propriedades, um técnico fica por uma semana morando na fazenda e fazendo os reajustes necessários. Exatamente por isso, o estado pretende avançar, porém de maneira mais gradativa.
“Nós estamos com 56 propriedades e em 2017 queremos intensificar esse número. Estamos nos juntando com a Algar Agro e Cargill, que detêm um mailing grande de produtores. Uma das metas, desse modo, é ampliar o número de municípios atendidos, passando de cinco para 15 ou 16, e pretendemos em cada uma dessas regiões o número máximo de produtores. Estamos também querendo pleitear esse ano o Seminário Nacional do Soja Plus, justamente para alavancar ainda mais o programa, uma vez que estamos entre os maiores produtores de soja, apesar de ter sido um ano atípico”, explica a Thyara Rocha, analista de projetos do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), ligado à Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg)
Novos estados – Também foi anunciado durante o workshop a possibilidade de outros dois estados participarem do Soja Plus. “Já estamos com projetos aprovados para ampliar o programa nos estados do Maranhão e Goiás. Com isso seriam seis estados que estão entre os 10 maiores produtores de soja do Brasil”, afirma o gerente de sustentabilidade da Abiove, Bernardo Pires.
Soja Plus - Desenvolvido em 2011 pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o Soja Plus tem o objetivo de fazer com que produtores rurais apliquem boas práticas em relação às legislações trabalhista, social e ambiental.
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