Projeto piloto de qualidade de sementes começa na safra 2017/18 de soja

Projeto piloto de qualidade de sementes começa na safra 2017/18 de soja

Mais uma etapa foi definida por produtores de sementes de soja e agricultores na busca por boas práticas visando assegurar a qualidade desse insumo tão importante. Após a identificação dos pontos críticos existentes em toda a cadeia produtiva, um plano de ação foi estabelecido para que já na safra 2017/18 seja possível colocar em prática um projeto piloto com novos procedimentos técnicos para sementeiros, transportadores e sojicultores.

O escopo do projeto piloto, que será implantado inicialmente nos estados de Mato Grosso, Goiás, Bahia e Tocantins, ainda está sendo finalizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Aprosoja Brasil, Associação Brasileira de Produtores de Sementes de Soja (Abrass) e Associação de Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat).

Mas alguns pontos já estão decididos. O objetivo é chegar a um procedimento ideal de coleta de contra-amostras de sementes “na saída” – isto é, junto aos produtores de sementes – e também “na chegada” – junto aos compradores. Esse sistema de coleta e análise do insumo permitiria, a partir de então, um novo padrão para o acompanhamento da qualidade do produto em cada etapa da cadeia produtiva.

“Temos três momentos críticos: a entrega pelas sementeiras e distribuidores, o transporte e o acondicionamento pelo produtor até a semeadura. Precisamos mapear onde estão os gargalos da qualidade da semente em cada uma dessas etapas e identificar que procedimentos técnicos devem ser adotados para reduzir os riscos e aumentar a qualidade do produto”, observa Roseli Giachini, doutora em Fitopatologia e coordenadora da Comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja.

A construção de contratos padronizados tanto para a venda da semente como para a logística também está na pauta. A busca por novos padrões de qualidade para índices de vigor e germinação tem como objetivo contribuir com a sustentabilidade do setor produtivo. Esses índices são definidos por legislação e devem ser alcançados por todos os produtores de semente no Brasil.

Os protocolos técnicos adotados nos laboratórios que fazem as análises das sementes também são um ponto de atenção, devido à insuficiência de laboratórios credenciados e à distribuição geográfica distante do produtor. Para esse item, as entidades definiram duas linhas de ação. A primeira é incentivar o surgimento de novos laboratórios credenciados em cada estado.

“Outra ação importante é buscarmos treinamento e credenciamento de amostradores à disposição dos produtores e sementeiros e garantirmos altos índices de qualidade, não como obrigação, mas como uma exigência do consumidor – neste caso, o agricultor. Precisamos também aumentar o número de unidades laboratoriais credenciadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)”, observa o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa.

 

A deficiência de logística no escoamento agrícola também é um dificultador. Além da necessidade de veículos específicos para o transporte desse insumo tão frágil, a condição das rodovias também pode ser um aspecto prejudicial à conservação da qualidade das sementes. Nesse caso, as entidades estão elaborando um desenho ideal sobre a forma de contratação do transporte por produtores de sementes e agricultores, o que poderá levar à especialização da prestação de serviço nesse segmento.

“Quando conseguirmos fechar todos os pontos dessa cadeia, vamos poder dispor de procedimentos para garantir que o produto comprado pelo sojicultor seja de fato entregue, e com boa qualidade. Esse é o ponto de partida fundamental para a busca da sustentabilidade no setor produtivo, e é, inclusive, um grande pleito da nossa base de associados em Mato Grosso”, afirma Alexandre Schenkel, diretor administrativo da Aprosoja e vice-coordenador da Comissão de Defesa Agrícola.

O projeto piloto de qualidade das sementes inicialmente será realizado junto aos produtores de soja, mas as boas práticas a serem definidas poderão ser adotadas em outras cadeias produtivas (como algodão, milho, etc). 

Camila Bini

Assessoria de Comunicação
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