Porto de Yangshan impressiona pela eficiência e qualidade
Porto de Yangshan impressiona pela eficiência e qualidade
A comitiva da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) visitou nesta segunda (07) o Porto de Yangshan, em Shangai, na China. De 3 a 16 de setembro, a entidade organiza a Missão China, nesta edição priorizando a logística chinesa.
As obras do Porto de Yangshan começaram em 2002 e a primeira fase foi finalizada três anos depois em um complexo de ilhas a 32 quilômetros da costa de Shangai. Para chegar lá, uma ponte marítima com seis pistas de rolamento. "É uma das maiores pontes do mundo, o que permite fluxo rápido das cargas para a retroárea construída no continente", explica Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística.
O governo chinês investiu no aumento do porto para concorrer com Coréia e Taiwan, principais destinos dos grandes navios. Além disso, o porto tem posição estratégica e proximidade com as grandes cidades chinesas. A obra custou ao governo chinês US$ 12 bilhões, algo em torno de R$ 50 bilhões. "O que mais chama a atenção é a eficiência e qualidade da obra, assim como a rapidez da construção e a eficiência na operação", diz Ricardo Tomczyk, presidente da Aprosoja.
A chamada "ilha pequena", onde está a operação atual do porto, tem seis quilômetros quadrados e uma extensão de oito quilômetros. Os números impressionam: são 60 guindastes de contêineres, 16 berços onde atracam os maiores navios do mundo, com 16,5 metros de calado. Uma vez por ano, uma empresa é contratada por meio de licitação para fazer a dragagem no canal.
No ano passado, houve a movimentação de 15 milhões de TEU's (contêiner de 20 pés), o que significa 45% de todo volume do porto de Shangai. Diariamente, 40 a 60 navios aportam em Yangshan. Há ainda uma grande conexão hidroviária, formada pelos rios Yangtzé e Huangpu, para levar os produtos que chegam ao porto para o interior da China.
"A estrutura montada e o volume existente ultrapassam nossa capacidade de raciocínio. Se você tem estrutura pronta, consegue alcançar o objetivo com mais facilidade. A expansão do porto liga ao resto de Shangai e ao país pelos rios", afirma Divaldo Souza, empresário de logística na hidrovia do rio Tocantins.
O complexo reúne 69 ilhas e o local foi escolhido por que as formações protegem o porto de eventuais desastres naturais, como vendavais. Quatro mil famílias foram removidas do local para as obras e foram indenizadas pelo governo chinês. Antes, a ilha tinha 1,7 quilômetro quadrado e, após o aterramento, passou para 25 quilômetros quadrados. Para o aterro, foram necessários 100 milhões de metros cúbicos de areia.
Importação - À tarde, a comitiva se reuniu com Wu JunLiang, vice-presidente da Shanghai Liangyou Oils & Fats Group Co., grupo estatal dono de diversos negócios, inclusive importação de soja para fabricação de óleo. De acordo com o diretor, a soja brasileira é diferenciada por seu alto teor de proteína. A primeira remessa adquirida pela empresa foi em abril e, mensalmente, chega um navio carregado de soja para a fábrica.
Além do Brasil, os principais países exportadores de soja para o grupo Liangyou são Argentina, Estados Unidos e Paraguai. Porém, cerca de 50% é soja brasileira porque, mais que qualidade, tem preços vantajosos. O diretor também explicou que a compra é feita por meio das principais tradings, como ADM, Bunge e Cargill, e o grupo tem capacidade de armazenagem para 320 mil toneladas de produtos (variados, além da soja).
Como tudo na China, a produção da fábrica de óleo também impressiona. Em uma única planta, a produção é de 640 mil toneladas de óleo de soja e ainda girassol e canola.
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