O agro é solidário, mas não só durante a pandemia
O agro é solidário, mas não só durante a pandemia
O agro é solidário sim há muito tempo. As ações são contínuas e antigas, não começaram durante o atual momento de pandemia causada pelo Covid-19. Entidades representativas, como associações e Sindicatos Rurais, bem como as empresas do setor desempenham papel social em Mato Grosso, há décadas. Mas o agro tem recebido muitas críticas e vem sendo acusado diariamente de ter uma atuação tímida perante a crise econômica e social causada pela pandemia.
Como legítimo representante do setor, vim em defesa do agro. A ações e projetos desenvolvidos pelas entidades e empresas da agropecuária já fazem parte da vida dos mato-grossenses há muito tempo. Mas já que recebemos duras críticas quanto às contribuições durante a pandemia, vamos aos números.
Na busca por amenizar os impactos sociais causados pela atual situação de pandemia, o Programa Agrosolidário desenvolvido pelos produtores de soja e milho, via sua associação, a Aprosoja-MT, entregou 1.100 kits com cestas básicas, bebidas de soja e produtos de higiene e limpeza que foram distribuídos para famílias necessitadas, em parcerias com a Secretaria de Assistência Social e Cidadania do Estado, o Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Corrêa (Cridac), e com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Outros 1.000 Kits (iguais) serão entregues ainda em junho, para famílias carentes em Cuiabá e Várzea Grande. Como medida de segurança e proteção à saúde, também estão sendo entregues mais de 30 mil máscaras (laváveis) pela Aprosoja-MT. Logo, somente no primeiro semestre de 2020, foram investidos em ações sociais um montante de R$ 876 mil pela Associação.
E como prova de que as ações sociais do agro não são somente durante a pandemia, continuo a destacar que os produtores de soja e milho do Estado e a Aprosoja-MT, entidade que represento, há mais de dez anos por meio do Programa Agrosolidário atende famílias carentes em mais de 36 municípios, incluindo Cuiabá e Várzea Grande. Atualmente são atendidos 86 projetos e instituições importantes em todo Estado, como creches, Apaes, lares de idosos, centros de reabilitação, igrejas, escolas, hospitais, projetos esportivos, culturais, entre outros.
No total, os produtores de soja e milho fazem parte da vida de mais de 20 mil famílias, diariamente. Com distribuição de bebida à base de soja, que possui alto valor nutricional e contribui com a nutrição de milhares de famílias e também com aporte financeiro, apoiando e incentivando projetos sociais, de esporte e cultura.
Um dos cases de sucesso do Agrosolidário é a parceria contínua com o Hospital de Câncer de Mato Grosso. Além de estar presente com trabalho social, com as crianças assistidas por lá e recursos financeiros para manutenção e reformas, também são entregues as bebidas de soja. Os pacientes em tratamento oncológico, crianças, adultos e idosos, ingerem o complemento alimentar inclusive via sonda. O que tem proporcionado a boa nutrição deles para continuarem os procedimentos como quimioterapia e radioterapia, que são altamente invasivos.
Ainda em relação a este hospital, os produtores de soja e milho do estado já doaram quase R$ 3 milhões para referido centro de tratamento oncológico, que foram investidos na estruturação da nova ala de atendimento, na construção e equipamentos de seis UTI’s oncológicas infantis, e uma parte, ainda, para o Hospital de Câncer de Rondonópolis.
Os recursos que mantem boa parte do Instituto Matogrossense dos Cegos (AMC), localizado em Cuiabá, são oriundos dos produtores de soja e milho. Por lá, os cegos desenvolvem atividades que os integram com a sociedade, através do esporte, da cultura, do lazer e de aprendizados essenciais, como aulas de informática.
Não é à toa que colecionamos 8 Selos de Empresa Socialmente Responsável durante solenidade do Prêmio Brotar do Instituto Desportivo da Criança (IDC), que celebra e reconhece a importância dos parceiros que ajudam na transformação social de crianças atendidas pelo Instituto. Atualmente 700 crianças, em Cuiabá, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, distritos da Guia e Sucuri, participam dos projetos oferecidos nas áreas de educação, esporte, cultura e música.
É muito importante frisar que os produtores de soja e milho se preocupam com as pessoas não só na área social, mas trabalhista, ambiental e econômica. Por meio de projetos e programas importantes nas áreas de sustentabilidade, defesa e política agrícola, buscando maior produtividade de alimentos, mas cuidando do bem mais precisos que é o meio ambiente, e desta forma, das gerações futuras.
Exemplo disso é o projeto Guardião das Águas, que orienta e apoia o produtor rural na manutenção, preservação e restauro das nascentes em Mato Grosso. Já foram mapeados 26 municípios, na primeira fase do projeto, e os dados apontam que os agricultores mato-grossenses preservam 95% das nascentes localizadas em áreas de plantio. Tem também o Soja Plus, programa de melhoria contínua da propriedade em âmbitos ambientais, trabalhistas e socioambientais.
Há muito tempo que o agro se preocupa com o bem estar social de quem mais precisa em Mato Grosso. Não é só na pandemia, nós cuidamos de milhares de famílias há décadas. Deixo um convite à toda sociedade que procure a Aprosoja-MT e conheçam com mais detalhe o trabalho social, de auxílio, amor, carinho e dedicação, desenvolvido pelo agro do estado.
* Fernando Cadore é produtor de soja e milho, engenheiro agrônomo, atual vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso, membro da Aprosoja Brasil. Atua como membro do Instituto Brasil Logística (IBL), do Instituto Pensar Agro (IPA) e da International Soybean Growers Alliance (ISGA), em português, Aliança Internacional dos Produtores de Soja.
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