Mais recursos, mas com juros mais altos
Mais recursos, mas com juros mais altos
O Plano Safra 2015/2016, finalmente foi anunciado hoje pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, terá 20% mais recursos para crédito rural do que no ano passado. Serão liberados R$ 187,7 bilhões no total, dos quais R$ 149,5 bilhões (79,6%) serão para financiar o custeio agrícola e a comercialização, e R$ 38,2 bilhões (20,4%) para investimento.
“O esforço da ministra em preservar o volume de recursos para custeio deve ser reconhecido, principalmente neste cenário de ajuste fiscal. Esperamos que rapidamente tenhamos os recursos disponíveis nas agências bancárias, pois a compra de insumos está atrasada este ano”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Ricardo Tomczyk.
Nesses dois meses de atraso, os insumos tiveram uma alta de 6,3% no preço. “Essa alta, infelizmente, será absorvida pelos agricultores na composição de seus custos de produção”, destaca o diretor executivo da Aprosoja, Wellington Andrade. O percentual foi divulgado hoje pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que calcula que os agricultores mato-grossenses já tiveram um impacto financeiro de R$ 1 bilhão a mais com o atraso do Plano Safra e da comercialização para o ciclo agrícola 2015/16.
Apesar do incremento de recursos, houve também aumento na taxa anual de juros que será cobrada dos agricultores. Empréstimos de custeio terão juros anuais de 7,75% para os médios produtores (Pronamp), e de 8,75% para grandes produtores. Os recursos que forem financiados para investimento terão juros variando de 7% a 8,75%. No ano passado, a taxa média de juros foi de 6,5%.
Há também mudanças previstas para a negociação do seguro rural, como desenvolvimento de um sistema nacional integrado de informações, e a possibilidade de negociação direta de grupos de produtores e seguradoras.
O Plano Safra definiu ainda novo limite de financiamento de custeio por produtor: o montante passou de R$ 1,1 milhão para R$ 1,2 milhão. Financiamento para comercialização também aumentou, indo de R$ 2,2 milhões para R$ 2,4 milhões. Outro anúncio importante foi o montante de R$ 2,4 bilhões a serem destinados para armazenagem.
“Nosso trabalho agora é articular para que os recursos efetivamente cheguem às mãos do agricultor”, observa Adolfo Petry, coordenador da Comissão de Política Agrícola da Aprosoja. Limites de crédito e garantias são dois aspectos críticos para que o agricultor acesse os financiamentos.
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