Comissão discute rumos do Plano Agrícola Pecuário
Comissão discute rumos do Plano Agrícola Pecuário
A Comissão de Política Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) realizou nesta quinta (17) a primeira reunião do ano. Na pauta, a discussão sobre as propostas do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), seguro agrícola e preço mínimo de soja e milho. “O encontro foi positivo e bastante produtivo. Esta foi a primeira participação dos delegados da associação, eleitos no ano passado e eles se inteiraram dos assuntos da comissão”, explica Emerson Zancanaro, coordenador da Comissão de Política Agrícola.
Ele ressalta que, além dos temas técnicos, a comissão também discutiu a instabilidade do cenário político-econômico do Brasil neste momento. “Acendemos um farol sobre a política e a economia brasileira. Há grande preocupação sobre como ficará o setor dentro deste cenário e quais são os próximos passos do País”, avalia Zancanaro.
Os membros da comissão fizeram diversas propostas para melhor adequar o PAP às necessidades do agricultor de Mato Grosso. Entre elas está maior aporte ao crédito rural, a necessidade de exclusão da obrigatoriedade da contratação de seguro rural para liberação de recursos do custeio agrícola e a elevação do limite para obtenção de crédito de custeio por CPF. “Atualmente, o limite é de R$ 1,2 milhão por CPF. Isso é insuficiente para custear integralmente 63% dos produtores rurais da cadeia de soja e milho de Mato Grosso, que são os que plantam acima de 500 hectares, fazendo com que o custo de produção e captação de recursos esteja fora do ideal para os associados”, explica Zancanaro.
Também foi proposta a necessidade de manutenção de recursos para o Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). Estas sugestões, dentre outras, serão levadas a discussão na Câmara de Política Agrícola e Crédito Rural da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e no Conselho de Desenvolvimento Agrícola do Estado, assim como com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Os membros da comissão também ressaltaram a necessidade de atualização dos preços mínimos das commodities em Mato Grosso. “Esses preços devem refletir o custo de produção do produtor rural, além de servir como balizador de mercado. Na forma como está hoje, o preço mínimo das cadeias de soja e milho para Mato Grosso desestimulam a produção, o que pode causar graves consequências para as cadeias produtivas subsequentes como as da suinocultura, avicultura e piscicultura. Estudos realizados demonstram até 47% de diferença do que deveria ser o preço mínimo e o que está previsto hoje”, explicou Frederico Azevedo, gerente da comissão.
Em relação ao seguro rural, os membros não concordam com a obrigatoriedade deste produto, pois a cobertura dada não é eficaz para as áreas de Mato Grosso. Além disso, há dificuldades nas cláusulas do seguro, pois existem diversas excludentes que geram dificuldades para o que produtor acesse a indenização, se for necessário.
Durante a reunião, participaram ainda representantes de diversas cadeias produtivas, como da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), da Associação dos Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), que apresentaram um panorama sobre suas atividades. Também estiveram presentes representantes do Banco do Brasil e do Sicredi e ainda o secretário adjunto de Agricultura do Estado de Mato Grosso, Alexandre Possebon.
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