Produtores de Mato Grosso conhecem realidade agrícola dos EUA
Produtores de Mato Grosso conhecem realidade agrícola dos EUA
Conhecer novas tecnologias, a gestão da produção e das propriedades e desmistificar a realidade agrícola norte-americana. Esses foram um dos principais objetivos cumpridos durante a Missão Estados Unidos, organizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
Realizada entre os dias 27 de agosto a 4 de setembro, 21 produtores do estado tiveram oportunidade de conhecer Washington DC, capital do país; Des Moines, capital do estado de Iowa, onde foi visitada a feira Farm Progress Show; e a cidade Omahana, no estado de Nebraska. Este foi o oitavo ano da missão aos Estados Unidos, que é o maior produtor de grãos do mundo.
“Um dos pontos cruciais, ao meu ver, foi o de tirar um pouco o mito de que os produtores por lá ou não têm problemas e vivem um ‘mar de rosas’. Se de um lado eles têm como pontos positivos a estruturação e a renovação de máquinas de formas mais ágeis; a agilidade no plantio e colheita; e a logística, com ferrovias, hidrovias e rodovias funcionando perfeitamente; por outro eles têm muito arrendamento, uma janela muito curta e problemas graves com o meio ambiente”, avalia o segundo diretor administrativo da Aprosoja, Sérgio Triches.
Entre os problemas de sustentabilidade, Triches cita o fato de os produtores por lá ainda utilizarem muito nitrogênio líquido no solo, o que tem como principal reflexo a contaminação do lençol freático.
Sobre arrendamento, o diretor explica que entre 25% a 30% dos produtores norte-americanos são donos de suas propriedades, um índice considerado baixo. No caso de Mato Grosso, por exemplo, 73% dos produtores são proprietários das áreas que produzem. Os dados são da Aprosoja. “Eles nos informaram que o hectare pode chegar a 25 mil dólares para compra e é exatamente por isso que grande parte arrenda”, comenta Triches.
Tecnologia - Também da diretoria da Aprosoja, o segundo vice-presidente da Região Oeste, José Guarino Fernandes, afirma que um dos pontos mais positivos é ver de perto a tecnologia utilizada pelos Estados Unidos na agricultura.
Pela quarta vez no país, Guarino afirma que cada visita é um avanço. “Cada ano que a gente visita, vê uma inovação. O impacto é grande. O ponto principal é que esse aumento de tecnologia reflete diretamente em um aumento da produção e produtividade no país. Pra gente, é importante para conhecimento”, diz.
Política Agrícola – Pela primeira vez em uma Missão Estados Unidos, a produtora rural de Jaciara e delegada da Aprosoja, Leila Raquel Rugeri, citou como um dos principais aprendizados entender a relação entre política e agricultura no país.
“Poder ir até o Washington foi um diferencial da viagem. Tanto pela cidade ter uma história rica, como por podermos ter entendido que a representatividade do agronegócio dentro da política já é tradicional por lá. Com isso, percebemos que estamos indo no caminho certo quando temos, por exemplo, uma Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) por aqui”, define.
Para Leila, a Missão serve como um incentivo para colocar em prática o que foi visto na viagem. “A gente volta renovado. Foi interessante ver que os problemas deles não são tão diferentes dos nossos, que tem coisas, inclusive, que estamos à frente, como a produção sustentável. Depois da viagem, com certeza voltamos com uma vontade de melhorar o que já vem sendo feito. O que vimos por lá, as preocupações em relação a preço e mercado, faz com que a gente pondere e analise melhor os nossos gastos. A experiência foi muito positiva”.
O roteiro – Além de fazerem um city tour por Washington DC e conhecerem memoriais da Segunda Guerra Mundial, Guerra do Vietnã, Guerra da Corea, e dos presidentes Lincoln Jefferson, Roosevelt, os produtores visitaram o USDA, que é o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
No local os participantes puderam conhecer um pouco mais sobre o mercado de soja e milho, biotecnologia, gestão de riscos na agricultura, política americana, registro e monitoramento de agroquímicos e logística.
Neste ano, além de Sérgio Triches, José Guarino Fernandes e Leila Raquel Rugeri, participaram da Missão EUA Agmar Fortes Lima, Antenor Massaki Utida, Clayton Tessaro, Eduardo Germano Santos, Flavio Kroling, Larissa Rivalta e Silva, Leandro Carlos Correia, Magda Ortolan, Márcia Aparecida Coelho, Márcio Ricardo Zanatta, Matheus Capitanio, Matheus Matta Sebben, Marcos André Bertol, Osmar Inácio Frizzo, Vera Lúcia Garcia, Vilson Rogerio Rockenbach, Vitor Beledelli, Wesley Zanoni.
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