Arco Norte: iniciativa privada avança, enquanto governo

Arco Norte: iniciativa privada avança, enquanto governo

Isa Sousa

A segunda parte da visita aos portos do Arco Norte, realizada pela Comissão de Logística da Aprosoja e pelo Movimento Pró-Logística entre os dias 3 e 6 de agosto, comprovou, mais uma vez, o avanço da iniciativa privada na região. O problema, no entanto, é o que deveria estar sendo feito pelo Governo Federal e não está, segundo conclusão do grupo. 
 
O chamado Arco Norte compreende portos ou estações de transbordos dos estados de Rondônia, Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão. A região é vista como fundamental para parte do escoamento dos grãos de Mato Grosso. 
 
“Os dois grandes eixos rodoviários de abastecimento dessas hidrovias são a BR-163 e a BR-158, que estão sob responsabilidade do Governo Federal. Na BR-163, hoje, grande parte dos trechos estão licitados e algumas empresas estão trabalhando. Ainda faltam outras se instalarem e pudemos observar isso in loco. Ainda assim, mesmo as que já estão instaladas estão muito lentas, por vezes com trabalhos de péssima qualidade. Isso representa a ausência do Governo”, avalia o coordenador da Comissão de Logística da Aprosoja, José Rezende. 
 
O diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, também analisa uma desproporção entre investimentos da iniciativa privada e pública. “A soja e o milho, os grãos de Mato Grosso, estão movimentando tudo isso. Miritituba, no Pará, por exemplo, vai alcançar 30 milhões de toneladas de escoamento em breve, total que era previsto para os próximos anos. Os acessos às estações de transbordo de carga e aos portos é que estão faltando. A iniciativa privada investiu e está investindo muito. O que precisa é o governo dar condições nas vias de acesso”, afirma. 
 
Próximo passo – Após a realização de duas viagens em 2015 ao Arco Norte, uma no primeiro semestre e esta última agora, o objetivo do Movimento Pró-Logística e da Aprosoja é que uma rotina de visitas seja criada. 
 
“A grande vantagem dessa viagem e das outras que nós faremos é identificar, in loco, a evolução dos terminais e das obras de Governo. Isso nos dá condição de argumentar com o Governo sobre a necessidade dos investimentos a serem feitos aqui. Já na próxima semana eu vou fazer uma palestra no Ministério dos Transportes falando sobre esse assunto, sobre a nossa visita e sobre a necessidade que nós temos aqui da evolução das obras”, diz Edeon Vaz Ferreira. 
 
O Arco Norte – Na visita realizada entre os dias 3 e 6 de agosto, o grupo da Aprosoja e Movimento Pró-Logística conferiu, em Itaiatuba (PA), a Estação de Transbordo de Carga (ETC) da Bertolini, no porto de Miritituba, e as obras da Cianport e Hidrovias do Brasil. 
 
Em seguida, o grupo visitou o porto de Santana, na região metropolitana de Macapá (AP). No Amazonas, a equipe esteve no município de Itacoatiara, visitando o porto da Amaggi, e, em Manaus, conheceram o estaleiro da Bertolini. A visita foi finalizada em Porto Velho, onde o grupo conheceu as instalações das empresas Amaggi e Bertolini. 
 

 

Isa Sousa

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